Bom dia pessoas, como estão??? Aqui estou nesta segunda-feira nublada em São Paulo para escrever um novo post. Você deve estar pensando. “Mas este cara não tem trabalho pra fazer não ?”. Respondo-lhe que tenho sim, muito trabalho por sinal, mas me comprometi a tentar escrever com uma maior freqüência neste blog, afinal esta foi minha intenção quando o criei, então vamos lá ...
Meu post de hoje será para discutirmos um ponto muito interessante na minha opinião, se trata de uma transformação na forma de se fazer e de se “comercializar” a música. Tentarei colocar o meu ponto de vista sobre a MPB (Música Para Baixar). Este ponto já foi muito bem abordado e comentado pela minha colega de Blog PatyZ, no seu post (REFLEXÕES PARA ALÉM DA CUCA).
Na verdade resolvi escrever sobre este assunto porque eu li a seguinte matéria no jornal Destak, (distribuído gratuitamente em São Paulo).
Manifesto de artistas defende o download
Sendo assim, fica aqui meu comentário. Eu acredito que a forma de comercialização da arte ainda está longe do ideal, peças de teatro, CD´s, DVD´s e livros com preços inacessíveis a grande maioria da população, ainda existe as carteirinhas de “estudantes” que fazem com que os preços de apresentações sejam ainda piores, tudo isso junto em um liquidificador, faz com que o povo continue com esta postura acomodada e sendo manipulada pelos meios de comunicação de massa que funcionam visando os seus próprios interesses e não o interesse coletivo.
Porém acredito que o meio de comercialização da música está sendo modificado com a vinda da internet e dos downloads, concordo que existe uma democratização maior sim, pois hoje em dia quase toda empresa possui ao menos um computador ligado a rede mundial proporcionando aos seus funcionários um novo meio de comunicação com o mundo, além das quatro paredes da empresa. Sendo assim acredito que hoje em dia é mais fácil a pessoas a ter acesso a músicas de alguns artistas que não se vendem aos moldes exigidos pelas gravadoras e rádios, além da maior divulgação que possibilita a novos artistas que não possuem um montante para “bancar” a confecção de um CD para a tal divulgação.
Porém muito se fala do lado do artista. Eu fiz parte de uma banda de 2000 a 2005, com muito suor gravamos um CD, (aqui quero abrir um adendo para informar que gravamos um CD com 8 musicas e montamos um encarte de 8 páginas coloridas, mandamos fazer 1500 cópias na zona franca de Manaus, tudo de forma independente, o produto final ficou maravilhoso digno de bandas renomadas, sendo que o valor final de cada CD nos custou 3, 75 reais, isso mesmo 4 reais por CD, então me pergunto, porque o CD de uma banda famosa custa 25 reais, se o processo de criação é semelhante ??????) porém a única forma que conseguíamos ganhar algum dinheiro sempre foi com shows e não com a venda de CDs, este era utilizado apenas como forma de divulgação da música. E quanto mais pessoas conhecerem seu trabalho, mais pessoas estarão em seus shows. Isto ainda me ficou mais claro quando eu li um post no blog do Tico Santa Cruz (vocalista do Detonautas) em que ele diz o seguinte “Não quero seu dinheiro. Quero seus ouvidos.
O dinheiro eu ganho trabalhando nos shows e não ganho sozinho.” (segue o post mencionado, denominado CANSADO)
Por fim analisemos o lado das gravadoras que afirmam que um cd para ser lançado envolve muita gente e por isso o custo é alto. Contudo como em toda empresa existem momentos em que se deve rever a forma de se trabalhar e de produzir a fim de se atualizar e ter uma maior forma de competição com a concorrência, afinal se uma empresa não “informatizar” os seus setores continuará a ter empregados acomodados com suas posições, que não procurarão se atualizar e melhorar suas formas de trabalho, creio que o mesmo acontece com as gravadoras que já se acomodaram a vender seus produtos por um alto preço, tendo assim um grande lucro, e não querem mais pensar em uma forma de se atualizarem e de fazer parte desta nova forma de comércio audiovisual.
É isso, pessoas, espero que todos possam refletir sobre o assunto. Minha opinião é a de que não se devem impedir as formas de divulgação de música via internet, mas acredito que as gravadoras, distribuidoras e empresas do ramo devem redesenhar suas formas de atuação afim de se atualizarem ao novo modo de comercialização da música.
Muita força, paz e luz à todos.
Post escrito ao som de: David Ford - Go to Hell
Um comentário:
Meninoooo! Que surpresa foi essa...Confesso que eu fiquei muito contente de entrar aqui hoje e ver esse post procurando refletir sobre essas mudanças que estão ocorrendo com a música na internet. Eu fico agradecida por você tocar nesse assunto pelo qual minha mente insiste em divagar. Mais contente ainda por encontrar pessoas preocupadas com isso, interessadas no desenvolvimento do ser humano, na propagação da cultura de forma mais consciente, na valorização da arte e respeito ao trabalho do artista/autor/compositor, e na devida atenção dada a cada uma das empresas que forem capazes de patrocinar a realização de eventos que agreguem tudo isso e disponibilizem tudo à sociedade objetivando cumprimento da função social.
Obrigada por indicar o que escrevi. Estou aberta ao debate e à busca de soluções!
Não estou SÓ e fico encantada em perceber isso e experimentar o alcance e as conexões que a internet proporciona.
Sobre o download gratuito eu digo o seguinte: se o próprio autor/compositor aceita e permite que baixem suas músicas e, desde que eles também sejam os responsáveis pelo suporte material ou imaterial (risos) onde a música foi fixada, eu estou de pleno acordo!
E digo mais, baixo com prazer!Se assim o querem assim será.
Agora, se tem gravadora envolvida...o assunto muda de figura. Pois, na minha forma de ver, ela também deve ser respeitada porque está SIM investindo tempo e $ para que a música seja fixada em suporte e chegue até nossos ouvidos. A gravadora envolve o trabalho de um grande número de pessoas para chegar ao resultado final : a música fixada num suporte, mídia.Ela está trabalhando de forma a cooperar com o artista/ compositor / autor, logo, também merece respeito. Agora, eu não vou discutir sobre o preço do cd, ou da música vendida online... O valor é alto sim, e, neste caso precisamos falar sobre valor de impostos cobrados e do custo existente para se oferecer esta forma de dispor da música. Mas acho JUSTO que o artista/ autor/compositor recebam por seu trabalho e suas criações. Acho bom também lembrar que as gravadoras perdem em vendas de cd mas já ganham em outros tipos de venda como por exemplo a venda de música para toques de celulares, ou como trilha para jogos eletrônicos ( games). Há um aumento considerável de consumo nestes novos formatos que se apresentam, entre outros e que tendem a crescer ainda mais!E, também, de grande rentabilidade para as gravadoras. Isso precisa ser considerado. Não acha?
Bom, o dia está clareando e eu empolgada ainda não dormi! Depois escrevo mais. Deixei comentários para você nos posts anteriores e lá no Ensaio Literal.
Ótima semana!
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